O
livro trata do retorno de Ulisses-Odisseus para seu palácio, em
Ítaca, 20 anos após sua partida para guerra de Troia. Ele será o
último dos gregos a chegar à pátria depois de ter navegado por
mares desconhecidos, enfrentado perigos e conquistado amigos. Na sua
viagem ele perdeu tudo que tinha, os amigos feácios, porém,
deram-lhe muitos presentes e o ajudaram a voltar para casa. Quando
Odisseus retorna, precisa enfrentar um derradeiro desafio, pois sua
casa foi ocupada por príncipes pretendentes à mão da rainha
Penélope, sua mulher. Eles passam o dia comendo e bebendo,
consumindo as riquezas de Ulisses e de seu filho Telêmaco e
cobiçando Penélope. Este é o primeiro motivo de sua volta.
Mas
há um motivo poético mais forte que esse, escondido nas palavras do
poeta. Ulisses deve voltar para ‘narrar’ sua própria história e
ficar famoso. Pela palavra e pela poesia ele vai garantir sua glória,
neste sentido, o poeta valoriza os aedos - os poetas cantadores no mundo antigo - que sempre são muito importantes na Odisseia.
A
história tem tempos mortos, que acabam por mostrar a duração da ausência de Odisseu.
As aventuras podem ser verídicas, dentro da ficção e até dentro
de uma leitura simbólica do real, e podem ser invenção mentirosa
de marinheiro, isto é, uma discussão sobre o que é a essência da
arte. Sua viagem, inclusive a descida aos infernos, pode ser uma
introdução ao estudo da moral.
Estudo para a primeira página do livro.